segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O mundo é um moinho

Ainda é cedo, amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora de partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Sonhos - retorno à escrita

Olá, blog lindo e abandonada por cerca de dois anos inteirinhos. Voltarei a escrever aqui pois tenho sentido uma certa necessidade de registrar certos acontecimentos da minha vida, dos meus vinte e seis anos, visando obter auxílio para atingir certas mudanças. Sempre penso em escrever sobre as composições musicais que faço ou sobre como foi a meditação que fiz ou, ainda, e em especial, o que sonhei.

Ultimamente tenho sonhado muito. Não sei bem a razão, nunca soube, ninguém no fim das contas sabe na verdade. Há diversos palpites, sempre há, o ser humano adora palpitar e já abordei esse assunto aqui. Voltei a sonhar com uma frequência grande nessas semanas de férias entre 2014 e 2015. Pode ser que isso tenha relação com sensações novas que venho experimentando ou com minha frequência de leituras, que se intensificou significativamente nesse período de ócio maravilhoso. Estou lendo o livro Os Irmãos Karamázov de F. Dostoiévski. Quando escolho um livro para ler busco algo com que eu não tenha tido nenhum contato prévio. Minha formação acadêmica impossibilita isso, de certa forma, já que, mesmo que algumas dar obras propostas para estudo não tenham sido lidas eu acabava sendo submetido á análises que destrinchavam a narrativa em toda sua singularidade (quando me interessava). O presente livro é algo do qual nunca ouvi/li nada. Eu só tinha conhecimento do título e da autoria. A ignorância quanto ao conteúdo narrativo é fantástica, já que eu não fazia a mínima ideia do que me esperava. Minha única expectativa era de que seria algo genial e não fui frustrado nisso. Encontro-me na página 363 da obra, que conta, em seus dois volumes, com 987 laudas. 

Enfim. Ontem, antes de dormir, eu me aprofundei por um bom tempo na obra, que discutia a relação do cristianismo com o fazer histórico do mesmo. Isso foi feito em um monólogo de uma das personagens em que fui submetido (escrevi "o leitor" e apaguei, sem academicismo aqui, falo da minha experiência com a obra) a um turbilhão de argumentos que ora colocavam a imagem de Cristo em cheque, ora desconstruíam a imagem do papado medieval e da inquisição. Li sobre até onde é possível ir com a maldade humana (e é longe), sobre como crianças, em sua inocência absoluta, já sofreram com abusos causados por sujeitos transtornados e sádicos. Enfim, é uma obra que eu preciso terminar de ler, muito ainda está incompreendido, a narrativa é polissêmica e imprevisível. 

Após dezenas de páginas sublimes e os habituais afazeres pré-sono e vou para a cama.

Eis o sonho. Eu, mais dois amigos e minha namorada (<3 a.="" a="" acidentada="" adentr="" adentro.="" adiante="" agora="" ainda="" ajuda="" al="" alegremente="" altura="" am="" ambiente="" amigos.="" amos="" amplo="" anda="" andar="" antes="" ao="" ap="" aparentemente="" apenas="" apertadas="" apesar="" apresentar="" aproximadamente="" aproximarmos="" areia="" as="" assemelhava="" assuntos="" at="" baixa="" calmo="" caminho="" carro.="" carro="" cen="" cinco="" cio.="" com="" come="" como="" comunica="" conforme="" constante="" constantemente="" continuar.="" conversam="" conversamos="" correndo="" culminante="" curiosidade="" da="" das="" de="" desgovernada="" dificuldades="" dificultam="" dirigido="" disso="" diversos="" do="" dunas="" e="" eis="" elas="" em="" encontrar.="" enferrujadas="" ent="" entre="" era="" esclarecer="" escorrega="" escorregava="" escurece="" escuro="" esgoto="" est="" estabelecer="" estamos="" estar="" estreitar="" estreito="" eu="" existiam="" explor="" f="" ferro="" ficar="" foi="" forma="" fosse="" frente="" frio="" grades="" grandes="" gua="" h="" habitual="" haveria="" i="" idas="" ignorado="" imaginava="" imediatamente="" in="" inc="" indescrit="" inten="" isso="" j="" junto="" king="" lembrados="" ler="" li="" lo="" m="" maior="" mais="" mas="" me="" melhor="" mencionado="" meus="" mido="" mim="" modo="" molhadas.="" momento="" movem="" muda="" mudan="" muita="" muito="" mundo="" n="" na="" nas="" nel="" nem="" nico="" no="" nos="" nossa="" o.="" o="" olhava="" os="" ou="" paisagem="" para="" paramos="" parar="" parecido="" parte="" passageiros="" passagem="" pavor="" pedir="" pessoas="" pido="" plano="" poderia="" pondo="" por="" praia.="" praia="" presen="" presos.="" quando="" que="" querendo="" r="" rec="" riem.="" rimos="" rio="" ruma="" rumamos="" s="" sabia="" saem="" se="" seguindo="" segundo="" senti="" sentia="" sentimento="" sentir="" sobre="" sol="" sonho="" sou="" ssemos="" stephen="" subitamente="" superficial.="" surgiam="" surgido="" t="" temeroso="" tenebroso="" tentava="" ticas="" tirando="" todos.="" todos="" tornava="" tornou="" transforma="" tudo="" um="" uma="" vaga="" vale="" vamos="" vel="" voltar="" volume="" vou="">Torre Negra,
em que há uma praia sem fim ao longo de toda a obra, mas aqui não era praia, a praia era o início, meu tormento era o túnel. Acordei quando percebi que não havia mais volta, apesar de eu não ter passado por nenhum obstáculo que não pudesse ser retornado. Eu passaria a grade e me prenderia lá dentro caso não houvesse acordado.

Esse foi meu sonho de hoje. Pretendo manter o hábito de descrever futuros sonhos, seja para que propósito for. Interpretações quem sabe eu escreva também. Penso que um sonho é algo muito pessoal, me sinto "invadindo-me" ao publicar isso, entretanto, penso que a interpretação disso é ainda mais pessoal, essa eu reservarei para mim, quem sabe um dia escreva, ainda que não ache necessário. Mas o que é necessário? Viver não é necessário, logo, por que não?

Editado: o blog zoou toda a parte em que eu descrevia o sonho. O negócio é: o bug ficou fantástico. Consigo ainda compreender o que quis escrever. Vou deixar assim, subliminaridade e tudo implícito em um código bagunçado.