quinta-feira, 11 de outubro de 2012

HATE!

"Who controls the past, 
controls the future,
 who controls the present,
 controls the past"

Depois de ter lido o romance 1984, do inglês George Orwell, comecei a atentar mais para determinados aspectos da vida pós-moderna. Ódio, um ódio profundo, ÓDIO, historicamente pautado, forçadamente passado adiante, ressentido e de um péssimo gosto. Como cidadão latino-americano, brasileiro, do sul, sou constantemente tentado por todos os cantos a assumir uma identidade que deve ser minha, contra aqueles que querem me usar para atingir seus objetivos no poder. Tudo conflui para que não haja equilíbrio e muito menos harmonia entre os nichos humanóides no mundo. Vou escrever isso aqui de uma maneira que pode soar confusa, mas nada deve ser muito claro de qualquer maneira. Segundo as teorias antropológicas, o ser humano se originou em algum lugar na África, de lá povoou o mundo e gradualmente se adaptou a cada ambiente da forma como foi necessária à manutenção da sobrevivência e da perpetuação da espécie que vos escreve. Para isso foi necessário que competíssemos entre nós mesmos e o ambiente que nos cerca, imperando assim sobre as demais criaturas. Para a multiplicação foi preciso que houvesse dois tipos de seres: Aqueles providos de um pênis e aqueles providos de uma vagina; Dessa maneira surgiu o que denominamos homem e mulher. No "espalhamento" desses pelo mundo o humano se despigmentou e repigmentou, como tenta explicar a Teoria da despigmentação humana, surgindo então aqueles mais claros, mais adaptáveis em ambientes com pouca luz solar, já que a pouca melanina facilita a "produção" da tão importante Vitamina D pelo corpo; surgiram ainda aqueles mais amarelados, uns mais vermelhos e permaneceram aqueles mais escuros, que têm a pele de cor marrom e são chamados de pretos: Há, portanto, pretos, brancos, amarelos e vermelhos. É possível que estes indivíduos procriem entre si, o que faz deles participantes da mesma espécie: O Ser humano; Com pênis, vagina, melanina pouca ou muita, há o ser humano competitivo que segue seu instinto de busca por poder voltado à perpetuação. Um psicanalista disse que somos feitos do que queremos intencionalmente e involuntariamente, e a perpetuação faz parte do involuntário, tudo que se faz é feito visando a perpetuação da espécie, ainda que com máscara de desenvolvimento individual. Nós mudamos, é por isso que estamos aqui a ler este besteirol, se não mudássemos qualquer adversidadezinha acabaria com o que sou eu e o que é você em pouquíssimo tempo, e a história nos dá amargos exemplos de como isto quase já ocorreu. Continuando, então. Este ser humano em toda essa variedade evolutiva incrivelmente sortuda é fisiologicamente produzido para que o pênis adentre a vagina após uma rigorosa seleção que surgiu por vias do acaso, uma vez que o que se queria sexualmente falando é o que se produziria e perpetuaria, se algo "ruim" para a espécie fosse "querido", aquilo era descartado pela seleção natural e não existiria mais, e é por isso que o ser humano ficou tão fascinado em sexo: os que mais o eram são os que mais deixaram entes que carregam (ou não) a mesma vontade, perpetuando (ou não) isso tudo. As chances são arremessadas assim ao acaso, mas não vou me alongar nisso já que há um livrinho muito interessante de um barbudinho simpático que explica isso tudo de uma forma estupidamente prática. Enfim, dentro desta sexualidade, e como a evolução é só uma característica independente dos valores que nós (como seres humanos e criadores de nossa realidade sensorial) criamos: boa/má, inteligente/não-inteligente, há aqueles que voltaram sua sexualidade para aqueles de genitais semelhantes, uns com mais ênfase, outros não, e surgiram o que tardiamente foi denominado pelo homem moderno como "homossexualidade", "bissexualidade" ou qualquer desses afins perfeitamente aceitáveis, não o fossem, não existiriam. Ainda, duas outras coisas. A vontade de poder faz com que, sem ser mau (e tendo plena conscientes da relatividade e dependência de contexto deste term), o indivíduo (ou mesmo o grupo) se sobreponha sobre o outro, e isso feito em período iniciais de humanidade refletiu o que hoje é a diferença entre pobres e ricos, ou providos de bens que sustentam a existência e o contrário. E, esse ser que só escreve porque pensa, ouviu uma vez trovões, vendavais e eventos magnânimes para a frágil e minúscula existência humana e pensou que haveria algo como ele mesmo que o controlaria da mesma forma que ele faz com o outro se puder, não que necessariamente queira, mas por necessitar. Todos estes fatores, estas características, puderam ser superadas quando este ser humano aumentou de número e possibilitou a existência de "comunas", em que cada indivíduo auxilia o outro para que ambos possam sobreviver da maneira mais confortável que for possível. Dentro disso supriu suas necessidades básicas, ficando entediado. Nesse tédio sem remédio (rs) pensou-se no que era possível se fazer neste mundo grandão. Em determinados ambientes era mais difícil se chegar neste ponto, em outros, mais fácil. A ideia é que alguns gostavam daquilo que tinham e ali ficaram, outros eram mais tensos à ânsia de querer e poder e, temendo a não perpetuação ou apenas por haver um grande tédio, acabaram por conflitar os interesses de uma comuna com a outra, e conforme essas comunas cresceram, os conflitos também cresceram, cada ser humano ficou mais distante do outro, por não ser possível harmonizar tanta diversidade com todo mundo, e problemas apareceram. Nesse meio tempo surgiu o que foi denominado religião, grupos étnicos, variedades linguísticas, alguns seres mais perturbados que gostariam que todos fossem seus clones, outros que todos fossem completamente diferentes de si. Enfim, e isso tudo rumou ao que o mundo é hoje (esse período esquisitinho de um século para cá) em que alguns caras começaram a desenvolver muito ÓDIO ou por aqueles que são diferentes, ou por aqueles que querem que eles façam algo que não querem. Passamos por brutais queimadas de seres em nome de alguma coisa que controla isso aqui tudo (supostamente), pela dominação de um pelo outro em nome da preguiça (escravidão), e alguns ainda afirmaram que o pênis valia mais que a vagina, e quem tinha pênis de alguma maneira precisava se sobrepor sobre as vaginas... é, é tão estranho que chega a ser bem cômico. Certo. Com o advento da modernidade, lá pelos fins do século XIX, quando revoluções tecnológicas fizeram o ser humano (não uso o termo "homem" como alguns porque não foram só os pênis - ou pipis - que fizeram isso) olhar além do próprio mundo grandão (que já não ficou mais tão grandão assim) e os indivíduos passaram a pensar que melanina ou pipi já não faziam tanta diferença. Só que por muito tempo isso fez tanta diferença que foi difícil não querer inverter isso tudo aí. "Maldito pipi, agora a vagina vai ser melhor que você!"; "Seu despigmentado leitoso, minha melanina te supera!", "Eu gosto de vagina, você tem que gostar também!"; E isso tudo se deu pelo muito QUERER SER e pelo pouco refletir. Surgiram movimentos pró-negros; os movimentos feministas; grupos GLS/LGBT; que combateram com louvor a ignorância pré-estabelecidada por razões que nos primordios ninguém sabe realmente como se estabeleceram, mas ok. Tais grupos fizeram tudo através do "socar 'guela' abaixo", o que, SIM, é realmente necessário. Afinal, ninguém que está no poder vai querer tirar a bunda da cadeira e passar a vez, ou ficar no patamar dos controlados, certo? Supondo que sim, continuo. O ódio é muito delicado, e o ódio vem sendo utilizado de maneiras tão cegas quanto as situações que vos apresentei algumas linhas acima, já praticamente virou senso comum que é necessário SENTIR ÓDIO por eventos há muito passados, por indivíduos que supostamente devem ser maus, por quem não apresenta muita melanina no corpo, e hoje, já nessa pós-modernidade não tardia, surgem movimentos de oposição da oposição: movimentos pró-branco, anti-feminismo, pró-hetero (outras coisinhas que só querem descontar a raiva de um em todos, ou fazer questão de afirmar o que são, para que TODOS saibam e... e o que mesmo?); pois a diversidade se tornou ódio e o diferente é estimulado E odiado quando igual ao que antes não era diferente... O importante neste início de século XXI é ter ÓDIO, afinal, o ódio é o que gera mudança, da mesma forma que liberdade é escravidão, guerra é paz e ignorância é força. Ninguém sabe de onde veio, para onde vai (e não falo em termos metafísicos) mas todos querem se convencer ou que são totalmente diversos ou totalmente puros, quando a verdade é mais relativa que tudo isso. Não se pode ser nego na europa ou branco na américa, há que se sexuar e GOSTAR de tudo e ser puro e casto, há que se assumir que cantos remotos de uma extremidade sejam intrinsecamente elencados a outras e AI daquele que discordar! Falando em meu nome: como então ser despigmentado na América Latina, como ser portador de um pipi e ainda assim saber que portadores de vaginas só apresentam essa diferença em relação a mim desta maneira (e quaisquer outras idiossincrasias que, desde que não prejudiciais a minha integridade moral ou física, não faz sentido algum opor), quando é possível que se seja latino americano e não se ressinta do que passou (ou supostamente foi)? Enfim, uma reflexão de quinta-feira pela manhã, de quem já não suporta nem dominantes nem dominados, falocêntricos e brancos e pretos crendo que são mais diferentes do que sua melanina diz. Interessante é que se questionados os indivíduos que levam mais a sério do que a racionalidade permite tais diferenças, os argumentos não passam de pura preferência estética: "Se você tem pipi não pode gostar de pipi porque... porque... ah, porque não gosto." (nem entro na questão do afirmar o natural porque ninguém saberia definir o que é natural de fato); "Sou preto e bonito, ele é branco... feio."; É a necessidade de identidade que leva os homenzinhos e mulherzinhas e outrozinh@s que estabelecem conceitos baseados em irracionalidade a tomarem determinados parâmetros incabíveis como verdades. O que hoje é ódio por um amanhã é por outro, e o ressentimento é algo contagioso, epidêmico, que leva instrutores de intelecto cometerem as maiores atrocidades em nome da suposta defesa de um ambiente ou grupo específico, levar isso adiante ou não é uma opção dada a poucos, que depende que fatores inúmeros para ser possível. Enfim, fico por aqui.
E essa é a capa da edição linda que eu tenho, na língua original, de um dos livros mais esclarecedores que já li em meu percurso de vida,



Feel me twice

Eu aqui pensando no quão original sou com o nome do meu blog: Feel me twice; Que tirei de lugar algum, pensei isso por vai saber que razão há pouco mais de cinco anos, a idade do tal. Aí usei o santo google do check e há uma música de uma banda de música industrial com esse nome, boa música por sinal, gênero pelo qual já me aventurei, com algo em EBM, SynthPop e similares. Enfim, eis a música que data de 2011 me deixando ainda com a originalidade (que não sei o porquê de fazermos tanta questão de ter) da denominação:

http://www.youtube.com/watch?v=7PqQqyTAI9I

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Eterno retorno

Quando não é bendito maldiz tudo,
nunca é discreto e requer mínima
circunspecção para se fazer notar

É o saber que no momento em que
quero ultrapassar o métron a que a
vida me sujeitou...

Vou querer parar na primeira pedra
e desesperadamente voltar ao chão
para me perder de novo, sem nexo

E mesmo no chão, que minha dor
seja sábia para me fazer regressar
ao cume! Abaixo! Ao nada! Até...

Pois és tu que faz do ser humano
um eterno nada que quer ser tudo
És tu que faz de mim nulo, sem ti

Tu que fazes do santo um pecador
Tu que trazes guerra ao que é paz
Tu és tal como o nada, sem nexo

O nada eu sei e sei que não há e é
Tu eu sei que é e deixa de ser mais
E me tortura pois não é sobre mim...

Seja sábia, ó minha dor!

"Sois sage, ô ma Douleur, et tiens-toi plus tranquille.
Tu réclamais le Soir; il descend; le voici:
Une atmosphère obscure enveloppe la ville,
Aux uns portant la paix, aux autres le souci."





quarta-feira, 11 de abril de 2012

Esse lugar em que compartilho minhas ideias ainda não morreu.

Depois de mais de um ano de uma ausência absoluta (observada a data da última postagem - 25/10/10) eu sinto novas energias que me impelem a voltar a escrever as coisas não apenas de sempre, mas essas e outras.

Antes, porém, farei uma revisão ortográfica de tudo que aí se encontra, pois em um ano minha percepção letrista mudou um tanto e minhas modalizações preferencialmente são outras, e é uma delícia de qualquer maneira abrir essa janela do meu navegador e ver tanta coisa escrita e tanto de mim que não é mais.

Enfim, me formei, entrei no mestrado, compus melodias novas e sou novo mais uma vez, mas deixarei isso tudo para depois que revisar tudo isso aqui, quem sabe alterar o layout desse negócio e escrever algo sobre o que bem entender.

Até!