Desde a última segunda-feira eu tenho sido atingido por uma daquelas coisas da vida que te fazem querer mudar tudo que tá errado, em si mesmo. E aqui estou eu, bem humorado em plena segunda-feira, com alguma expectativa e mais realismo que nunca na vida.
Esse vai ser um daqueles posts que poderiam ser escritos em um diário, um daqueles raros que chegam nos momentos bons da vida, diferente da maioria, que é inspirada por momentos nem tão bons assim. Enfim, há uma semana que eu resolvi mudar, de novo. Não que eu tenha mudado de fato, ainda sou aquele, mas como disse Nietzsche "O início da mudança se faz com fingimento, é necessário vontade de mudar e insistência em ser algo que não se é." Não com essas exatas palavras, mas o sentido é esse. E eu estou aqui, depois de mais um dia de aula para uma sétima série que não dá a mínima para o esforço de um professor (ou estagiário, como é meu caso) que planeja uma aula para tornar um bando de crianças filhas de uma geração decadente e ignorante que provavelmente nunca serão nada na vida, algo mais que um traficante ou adorador de ignorância.
Isso começou há uma semana e alguns dias, na primeira dessas aulas que preciso dar por conta de uma matéria do meu curso (Letras Port/Ing), quando eu não consegui almoçar de tanta ansiedade e pessimismo que tomou conta de mim. E antes disso tudo, perdi cinco kilos em um mês por toda essa ansiedade ridícula.
Nesse dia a aula foi horrível, me deixei levar pelo comportamento péssimo dos tais alunos e o mau humor era como um altar que eu criava para descansar depois dos meus dias nem tão bons. Acordei no dia seguinte, olhei para o espelho, para aquele rosto cheio de barba e com cabelos cacheados escorrendo pela testa, no fundo desses olhos dados pelos meus tão amados pais, e vi lá no interior disso tudo a vida vazia que isso tudo é. A vida que um dia vai se acabar em nada, eliminando todo sentimentalismo que criei nesses vinte e um anos de humanidade. Pensei em como tudo que sinto não vai servir de nada para ninguém, a não ser para mim e resolvi que minha sobrancelha só iria franzir a si mesma para evitar excesso de luz em dias demasiado claros.
Pronto, mas não foi como qualquer frase do tipo: "Bá, preciso parar de fumar", "Juro que vou ser mais pontual" ou "Semana que vem vou voltar a correr." Não, não. Foi algo que não pode ser tornado verbo, aquilo que você sente de verdade no seu íntimo que vem como um murro no meio do seu rostinho jovem e egoísta, dizendo chega desse você, hora de viver diferente porque você vai se acabar em nada mesmo.
E cá estou, escrevendo tudo isso, o resumo de uma semana bem vivida, que se eternize até que acabe. Enquanto minha gata (animal mesmo) dorme aqui do lado com um ar de: "Faço o que eu quero, na hora que quero, e te arranho se não curtir, babaca.", ouvindo Radiohead, pensando nas coisas do coração e me sentindo bem, muito bem.
Então que se faça eterno até que acabe, que a vida seja bela e o bom humor não me largue mais.
Não, não estou exagerando, ainda sentirei muita tristeza e dor nessa vida, agora registro um momento ótimo, que um dia será interrompido por uma dor que guardarei para mim, talvez expressarei em uma música ou em um poema novo, mas sendo eu mesmo, como tem que ser. E que toda dor sirva para os momentos bons serem mais bem vividos. Que seja como queremos.
P.S.: O mundo precisa de mais pessoas simpáticas, e não confunda simpatia com falsidade, não.