terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sobre a necessidade - 1ª parte, Introdução.

Olá, (:

Há algum tempo venho pensando, refletindo e reunindo informações e experiências para escrever sobre um tema que me interessa excessivamente, mas, só agora resolvi jogar tudo no papel/computador. Irei produzir, por algum tempo, sem pressa ou precipitação, uma série de postagens apresentando a minha visão - embasada em teorias filosóficas e na interpretação racional dos fatos – sobre Necessidade na esfera humana, irei discursar sobre nossas necessidades físicas; os vícios que “criamos”; as implicações do necessitar na conceituação de liberdade; as necessidades que desenvolvemos para conviver em sociedade; a necessidade de religião que afeta a maioria dos indivíduos; as mudanças por que passamos ao longo do tempo, que nos fizeram desenvolver novas necessidades; as possíveis conseqüências que afligem um ser humano que tenta se livrar de certas necessidades; e o porquê de mudar conceitos pré-estabelecidos sobre o tema.
Deixo claro que poderei incorrer - em meio a estes tópicos - a outros temas relacionados, para facilitar a compreensão do todo. Discursarei do modo mais direto que for possível, visto que estou escrevendo em um blog, e o assunto proposto é passível de obras com centenas de páginas. Entre as possíveis oito partes desta proposta possivelmente escreverei sobre outros temas se me interessarem.



1ª Parte.

Inicialmente apresento possíveis conceitos de Necessidade, para que o foco da questão se torne bem definido.

Segundo o Novo dicionário Aurélio da língua Portuguesa (3ª ed. 2004) Necessidade é:

“[Do lat. Necessitate.] S. f. 1. Qualidade ou caráter de necessário. 2. Aquilo que é absolutamente necessário; exigência: (...) 3. Aquilo que é inevitável, fatal. 4. Aquilo que constrange, compele ou obriga de modo absoluto: (...)” – pg. 1391.

No dicionário Oxford de filosofia (1994), o conceito de Necessidade é tratado de maneira relativa. Vários filósofos versam sobre o tema, por vezes, de formas consideravelmente distintas. Tal fato leva a conclusões ambíguas e frequentemente contraditórias, visto que podemos considerar Necessidade no plano puramente humano e “simples”, ou elevá-lo a um conceito metafísico e indefinível de forma absoluta. Tal relatividade é freqüente em outros temas filosóficos como Verdade, Realidade, Liberdade e outros tantos. Um trecho pertinente da definição que se encontra na obra é o seguinte:

“Uma proposição é necessária se não poderia ter sido falsa (...) A explicação fundamental da necessidade de uma proposição é controversa, e há até quem duvide que essa categoria seja um auxiliar útil para o pensamento. Uma classe relativamente clara de proposições necessárias seriam as analíticas, uma vez que parecem ser ‘trivialmente’ verdadeiras. Mas as verdades aparentemente sintéticas e necessárias levantam problemas substantivos: a proposição afirma que todos os números têm um sucessor, e a proposição que afirma que nada pode parecer inteiramente vermelho e verde ao mesmo tempo, são alguns dos exemplos clássicos. (...) As teorias convencionalistas sugerem que consideremos certas proposições como necessárias por convenção lingüística. (...)” – Pg. 263.

A citação acima conceitua Necessidade do ponto de vista que constantemente vem sendo abordado por pensadores. Irei discutir o tema conforme ele se encaixa no comportamento e na existência humana, a Necessidade como instinto/auto preservação/sentido que criamos, basicamente.



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Colocadas as considerações iniciais, me despeço até o próximo post. (: